“As tendências pedagógicas influenciaram e continuam influenciando o ensino aprendizagem da arte, ajudando os professores de arte a entenderem-se como sujeitos do processo histórico”.
Precisamos conhecer as tendências pedagógicas para podermos refletir sobre as influências que elas têm na prática dos professores, dentro das escolas.
É importante lembrar que não existem verdades absolutas, devemos estar sempre refletindo sobre a nossa prática. Conhecer as tendências pedagógicas, que construíram a história da educação, é fundamental para esta reflexão.
Escola Tradicional
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Educar para a compreensão da arte
"Estamos diante de uma arte que não prevê resultados. E se ela enriquece nossa vida, não é porque nos oferece saídas, mas ao contrário, porque problematiza nossa relação com a realidade e apresenta muito mais perguntas que respostas."
KONESKI, Anita Prado.A estranha "fala" da Arte Contemporânea e o Ensino da Arte. Pg73.
Penso que Educar para compreensão da arte em nosso tempo é, principalmente, como afirma Koneski, "educar por caminhos diversos". É ter consciência que já "não estamos em tempos de encontrar verdades absolutas". Não posso querer que meu aluno interprete, contemple passivamente, uma obra contemporânea, pois a arte contemporânea já não permite, que o aluno faça uma leitura pelos moldes tradicionais, pois é uma arte que provoca a crise dos fundamentos, fala pelos ruídos e não responde quando solicitamos dela uma resposta.
Acredito que devemos proporcionar ao aluno o contato com as obras contemporâneas, com as quais normalmente eles mais se identificam, mas também com obras da história da arte, para que possam conhecer os diversos tipos de manifestações artísticas e as transformações que foram ocorrendo no mundo da arte, possibilitando momentos de diálogo, ouvindo a leitura que cada aluno faz destas obras sem exigir que todos façam a mesma leitura, interpretem a obra da mesma maneira, pois a arte inclui a "interpretação" do espectador que também contribui para dar sentido a experiência estética.
É importante que o professor conheça o desenvolvimento cognitivo do aluno, possibilite esta leitura de cada um, o diálogo, desacomodações, desequilíbrios, para que o conhecimento seja construído.
KONESKI, Anita Prado.A estranha "fala" da Arte Contemporânea e o Ensino da Arte. Pg73.
Penso que Educar para compreensão da arte em nosso tempo é, principalmente, como afirma Koneski, "educar por caminhos diversos". É ter consciência que já "não estamos em tempos de encontrar verdades absolutas". Não posso querer que meu aluno interprete, contemple passivamente, uma obra contemporânea, pois a arte contemporânea já não permite, que o aluno faça uma leitura pelos moldes tradicionais, pois é uma arte que provoca a crise dos fundamentos, fala pelos ruídos e não responde quando solicitamos dela uma resposta.
Acredito que devemos proporcionar ao aluno o contato com as obras contemporâneas, com as quais normalmente eles mais se identificam, mas também com obras da história da arte, para que possam conhecer os diversos tipos de manifestações artísticas e as transformações que foram ocorrendo no mundo da arte, possibilitando momentos de diálogo, ouvindo a leitura que cada aluno faz destas obras sem exigir que todos façam a mesma leitura, interpretem a obra da mesma maneira, pois a arte inclui a "interpretação" do espectador que também contribui para dar sentido a experiência estética.
É importante que o professor conheça o desenvolvimento cognitivo do aluno, possibilite esta leitura de cada um, o diálogo, desacomodações, desequilíbrios, para que o conhecimento seja construído.
Explorando o site do Instituto Arte na Escola
“Fotografia um olhar que olha para dentro e para fora”
Ao explorar o Site do Instituto Arte na Escola, encontrei uma proposta que surgiu a partir de uma situação de aprendizagem sugerida por um material disponível para as Escolas Públicas de São Paulo.
Ela foi realizada com alunos do 2° ano do Ensino Médio.
A situação proposta no material, trazia a “Fotografia compreendida como linguagem de arte”, apresentando dois artistas-fotógrafos. Cristiano Mascaro e Vik Muniz.
Pude observar que a professora Léa Miasato, tendo conhecimento do desenvolvimento cognitivo dos seus alunos e também dos seus interesses, logo conseguiu perceber que a fotografia, algo que faz parte diariamente da vida dos seus alunos, da sua realidade, poderia ser discutida e trabalhada, para ampliar os conhecimentos do grupo e também resignificar o olhar que eles tinham em relação à fotografia.
Foi discutido sobre a “fotografia-digital” como facilitadora, sobre o fácil acesso a esse tipo de imagem, o seu baixo custo, possibilidade de modificá-las, tratá-las e sobre a possível banalização da fotografia.
Os alunos puderam observar as obras de dois artistas-fotógrafos, refletir sobre estas criações, puderam produzir suas próprias fotografias, refletindo sobre seu próprio trabalho e dos seus colegas e ainda puderam ver seus trabalhos expostos para a comunidade, considerando o que estes significaram para esta comunidade.
A professora também lançou mão dos conhecimentos prévios dos alunos, resgatou conceitos construídos anteriormente, como “a intervenção- artística”, trouxe atividades que levassem os alunos a construírem conhecimentos sobre os principais elementos da linguagem fotográfica.
Os três eixos da experiência de aprendizagem significativa foram contemplados. Segundo o relato da professora, os alunos modificaram seu olhar, construiram conceitos e viveram intensamentea proposta.
Ao explorar o Site do Instituto Arte na Escola, encontrei uma proposta que surgiu a partir de uma situação de aprendizagem sugerida por um material disponível para as Escolas Públicas de São Paulo.
Ela foi realizada com alunos do 2° ano do Ensino Médio.
A situação proposta no material, trazia a “Fotografia compreendida como linguagem de arte”, apresentando dois artistas-fotógrafos. Cristiano Mascaro e Vik Muniz.
Pude observar que a professora Léa Miasato, tendo conhecimento do desenvolvimento cognitivo dos seus alunos e também dos seus interesses, logo conseguiu perceber que a fotografia, algo que faz parte diariamente da vida dos seus alunos, da sua realidade, poderia ser discutida e trabalhada, para ampliar os conhecimentos do grupo e também resignificar o olhar que eles tinham em relação à fotografia.
Foi discutido sobre a “fotografia-digital” como facilitadora, sobre o fácil acesso a esse tipo de imagem, o seu baixo custo, possibilidade de modificá-las, tratá-las e sobre a possível banalização da fotografia.
Os alunos puderam observar as obras de dois artistas-fotógrafos, refletir sobre estas criações, puderam produzir suas próprias fotografias, refletindo sobre seu próprio trabalho e dos seus colegas e ainda puderam ver seus trabalhos expostos para a comunidade, considerando o que estes significaram para esta comunidade.
A professora também lançou mão dos conhecimentos prévios dos alunos, resgatou conceitos construídos anteriormente, como “a intervenção- artística”, trouxe atividades que levassem os alunos a construírem conhecimentos sobre os principais elementos da linguagem fotográfica.
Os três eixos da experiência de aprendizagem significativa foram contemplados. Segundo o relato da professora, os alunos modificaram seu olhar, construiram conceitos e viveram intensamentea proposta.
sábado, 4 de junho de 2011
Ideia para situação de aprendizagem a partir de uma obra contemporânea
Grandes mudanças, nos modos de conceber processos de aprendizagem em artes visuais, ocorreram nas últimas últimas três décadas. Formas diferentes de aulas e organização curricular, assim como a valorização da disciplina e o espaço ocupado no contexto escolar variaram muito.
Diferentes concepções sobre ensino de artes visuais no campo da pesquisa nem sempre significam práticas condizentes com estas novas concepções presentes em todos os contextos.
Prática e teoria, no trabalho do professor, deveriam caminhar juntas, mas ainda vemos, na contemporaneidade, práticas que não consideram os avanços e novas concepões na área.
DIANTE DA ARTE CONTEMPORÂNEA
“Bem, e qual é o significado da arte? Para começar, podemos dizer que ela provoca, instiga, estimula nossos sentidos, de forma a descondicioná-los, isto é, a retirá-los de uma ordem pré-estabelecida, sugerindo ampliadas possibilidades de viver e de se organizar no mundo.
A arte ensina justamente a desaprender os princípios do óbvio que é atribuído aos objetos, às coisas. Ela parece esmiuçar o funcionamento das coisas da vida, desafiando-as, criando para elas novas possibilidades. Ela pede um olhar curioso, livre de “pré-conceitos”, mas cheio de atenção. Os jovens já têm essa disponibilidade, mas é preciso estimular seu convívio com arte para facilitar e aprimorar essa percepção.
Agora, ao mesmo tempo em que se nutre da subjetividade, há outra importante parcela da compreensão da arte que é constituída de conhecimento objetivo, envolvendo a história - da arte e dos homens -, para que, com esse material, se possa estabelecer um grande número de relações. Para contar essa história, a arte precisa ser plena de verdade, refletindo o espírito do tempo, com a visão, o pensamento e o sentimento das pessoas em seus momentos.
Parece complicado? Pois pensar na arte como um conhecimento vivo, um tecido onde se costuram diariamente fios que compõem a vida, é uma forma de entender por que razão a maneira de encará-la também se modifica no decorrer dos contextos sócio-históricos. É mais que desejável, então, que os jovens se acostumem a pensar também sobre a arte de seu próprio tempo.”
CANTON, Kátia - Professora, pesuisadora e crítica de arte.
AUTO- RETRATOS
A proposta de trabalho iniciará com a observação da obra Auto-retrato de Vik Muniz. A obra apresentada para os alunos será uma impressão colorida, no tamanho A3.
Auto-retrato de Vik Muniz(Fonte:http://www.caras.com.br/imagens/89571/em/noticias/14679/auto-retrato-de-vik-muniz)
As atividades seguintes serão:
• Conversa sobre o que os alunos percebem na obra, “o que estão vendo”, o que chama a atenção, a leitura que estão fazendo da obra. A partir das respostas trazidas pelos alunos, serão feitos os questionamentos, considerando os três Níveis da leitura estética, para que eles possam atingir maior grau de complexidade nas suas leituras;
• Questionamento sobre, auto-retratos que eles conhecem, já viram ou ouviram falar;
• Organização da turma, em duplas, para que cada dupla escolha um auto-retrato bastante conhecido, na história da arte;
• Pesquisa, no espaço informatizado, sobre a obra escolhida;
• Realização de Power Point, pelas duplas, com: a imagem do auto-retrato escolhido; relato do que eles “perceberam” na obra, ou seja, a leitura que fizeram da obra; artista que a realizou; ano e aspectos que eles considerarem importantes na sua pesquisa,
• Apresentação do Power point, para a turma;
• Discussão sobre a maneira como cada artista realizou seu auto-retrato;
• Conversa sobre como poderíamos realizar o nosso auto-retrato;
• Realização de um auto-retrato, a partir de fotos. Os próprios alunos se fotografarão e cada aluno escolherá a foto que mais gostou. No editor de imagens Gimp, cada um modificara a sua foto utilizando os filtros disponíveis e salvando as várias possibilidades da mesma imagem;
• Cada um escolherá uma das suas imagens modificadas, para ser impressa e mais uma vez modificada. A partir da imagem impressa, os alunos farão uma composição, onde poderão utilizar materiais diversos (tintas, papéis diversos, tecidos e outros materiais sugeridos por eles mesmos);
• Exposição dos auto-retratos criados e discussão sobre a maneira como cada um realizou o seu auto-retrato;
Com esta proposta os alunos poderão ampliar seus conhecimentos sobre o auto-retrato na história da arte, desenvolver sua leitura-estética, conhecer as possibilidades da manipulação fotográfica e possibilidades de composição.
Diferentes concepções sobre ensino de artes visuais no campo da pesquisa nem sempre significam práticas condizentes com estas novas concepções presentes em todos os contextos.
Prática e teoria, no trabalho do professor, deveriam caminhar juntas, mas ainda vemos, na contemporaneidade, práticas que não consideram os avanços e novas concepões na área.
DIANTE DA ARTE CONTEMPORÂNEA
“Bem, e qual é o significado da arte? Para começar, podemos dizer que ela provoca, instiga, estimula nossos sentidos, de forma a descondicioná-los, isto é, a retirá-los de uma ordem pré-estabelecida, sugerindo ampliadas possibilidades de viver e de se organizar no mundo.
A arte ensina justamente a desaprender os princípios do óbvio que é atribuído aos objetos, às coisas. Ela parece esmiuçar o funcionamento das coisas da vida, desafiando-as, criando para elas novas possibilidades. Ela pede um olhar curioso, livre de “pré-conceitos”, mas cheio de atenção. Os jovens já têm essa disponibilidade, mas é preciso estimular seu convívio com arte para facilitar e aprimorar essa percepção.
Agora, ao mesmo tempo em que se nutre da subjetividade, há outra importante parcela da compreensão da arte que é constituída de conhecimento objetivo, envolvendo a história - da arte e dos homens -, para que, com esse material, se possa estabelecer um grande número de relações. Para contar essa história, a arte precisa ser plena de verdade, refletindo o espírito do tempo, com a visão, o pensamento e o sentimento das pessoas em seus momentos.
Parece complicado? Pois pensar na arte como um conhecimento vivo, um tecido onde se costuram diariamente fios que compõem a vida, é uma forma de entender por que razão a maneira de encará-la também se modifica no decorrer dos contextos sócio-históricos. É mais que desejável, então, que os jovens se acostumem a pensar também sobre a arte de seu próprio tempo.”
CANTON, Kátia - Professora, pesuisadora e crítica de arte.
AUTO- RETRATOS
A proposta de trabalho iniciará com a observação da obra Auto-retrato de Vik Muniz. A obra apresentada para os alunos será uma impressão colorida, no tamanho A3.
Auto-retrato de Vik Muniz(Fonte:http://www.caras.com.br/imagens/89571/em/noticias/14679/auto-retrato-de-vik-muniz)
As atividades seguintes serão:
• Conversa sobre o que os alunos percebem na obra, “o que estão vendo”, o que chama a atenção, a leitura que estão fazendo da obra. A partir das respostas trazidas pelos alunos, serão feitos os questionamentos, considerando os três Níveis da leitura estética, para que eles possam atingir maior grau de complexidade nas suas leituras;
• Questionamento sobre, auto-retratos que eles conhecem, já viram ou ouviram falar;
• Organização da turma, em duplas, para que cada dupla escolha um auto-retrato bastante conhecido, na história da arte;
• Pesquisa, no espaço informatizado, sobre a obra escolhida;
• Realização de Power Point, pelas duplas, com: a imagem do auto-retrato escolhido; relato do que eles “perceberam” na obra, ou seja, a leitura que fizeram da obra; artista que a realizou; ano e aspectos que eles considerarem importantes na sua pesquisa,
• Apresentação do Power point, para a turma;
• Discussão sobre a maneira como cada artista realizou seu auto-retrato;
• Conversa sobre como poderíamos realizar o nosso auto-retrato;
• Realização de um auto-retrato, a partir de fotos. Os próprios alunos se fotografarão e cada aluno escolherá a foto que mais gostou. No editor de imagens Gimp, cada um modificara a sua foto utilizando os filtros disponíveis e salvando as várias possibilidades da mesma imagem;
• Cada um escolherá uma das suas imagens modificadas, para ser impressa e mais uma vez modificada. A partir da imagem impressa, os alunos farão uma composição, onde poderão utilizar materiais diversos (tintas, papéis diversos, tecidos e outros materiais sugeridos por eles mesmos);
• Exposição dos auto-retratos criados e discussão sobre a maneira como cada um realizou o seu auto-retrato;
Com esta proposta os alunos poderão ampliar seus conhecimentos sobre o auto-retrato na história da arte, desenvolver sua leitura-estética, conhecer as possibilidades da manipulação fotográfica e possibilidades de composição.
Assinar:
Postagens (Atom)